Benefícios sociais somam 9% da renda dos brasileiros; impostos escondidos nos preços dos produtos subtraem 15%

Dinheiro Público & Cia

Benefícios sociais pagos diretamente às famílias são o principal motivo pelo qual o gasto público brasileiro está entre os mais altos do mundo.

Impostos e outros encargos embutidos nos preços dos produtos são o principal motivo pelo qual a carga tributária brasileira está entre as mais altas do mundo.

Trata-se de um paradoxo: enquanto as despesas públicas no Brasil têm a finalidade de distribuir renda e reduzir a desigualdade entre ricos e pobres, as principais receitas subtraem mais a renda dos pobres que dos ricos.

Como mostra a infografia da postagem anterior, os benefícios do INSS (Instituto Brasileiro do Seguro Social), do seguro-desemprego, da assistência a idosos e deficientes e do Bolsa Família somam quase 9% do Produto Interno Bruto, ou seja, de toda a renda do país.

Já os tributos sobre o consumo, ou seja, incidentes sobre a venda de mercadorias e serviços, fazem com que 15% do PIB vá para os cofres do governo federal, dos Estados e dos municípios.

Esses impostos e contribuições estão escondidos nos preços dos produtos. Como os preços são os mesmos para todos, os mais pobres acabam destinando uma parcela maior de sua renda para o pagamento dos tributos.

 

É o oposto do que ocorre no Imposto de Renda, que impõe alíquotas maiores para rendas maiores. Mas a tributação sobre a renda, no Brasil, é relativamente baixa: arrecada a metade do volume proporcionado pela tributação do consumo.

O Brasil seguiu o modelo dos países mais ricos da Europa ao desenhar, na Constituição, sua estrutura de despesas, como foco na seguridade sociais; já o modelo tributário reproduz a prática do mundo subdesenvolvido _em montantes muito maiores.

Impostos sobre as vendas são mais fáceis de cobrar e fiscalizar. Para comodidade dos governantes, são também mais facilmente criados e elevados, porque seu peso é obscuro para os contribuintes.

Comentários

  1. É preciso lembrar que alguns dos benefícios descritos são direitos adquiridos por contribuição à previdência, como as aposentadorias. Também é preciso discutir o que se considera despesa ou investimento. Não se pode computar todos os gastos descritos como se tivessem a mesma origem e importância.

    1. Glaura,

      Não se está dizendo que todos os benefícios tem a mesma origem e importância. Eles foram somados para apontar o peso das transferências diretas de renda às famílias no gasto público e na renda do país.

  2. porque do INSS não dos servidores e do militar eles também tem seus aposentado
    tudo sai do inss meu filho e engenheiro ganha o salario de mercado mais quando for se aposentar vai ganha 1/4 do seu salario bruto isso e coisa de pt

  3. Ou seja gasta-se uma fortuna com o improdutivo e para manter essa esbórnia onera-se pesadamente quem trabalha honestamente.

    1. Com improdutivo? Que lontra. Improdutivo é deixar de arrecadar com os sonegadores e fazer pagamento de juros aos banqueiros. Tenha paciência…

      A pessoa reclama dos pobres e enfia a cabeça na terra diante dos ricos.

      E a matéria está equivocada. Os impostos estão na média Europeia e Americana. A diferença é insignificante.

      1. Giselle,

        Nos EUA, os impostos sobre consumo não chegam a arrecadar 5% do PIB. Mesmo na Europa é difícil encontrar países com uma tributação sobre bens e serviços tão alta quanto a do Brasil.

      2. Gisele, não use sonegação como desculpa para jogar dinheiro fora com essa compra de votos desavergonhada.

      3. Quem pegou emprestado TEM que pagar. Ou voce não paga seus debitos? Voce acha que os bancos vão emrpestar dinheiro pro país sair distribuindo do nada ne kkkkk.

        Hoje quem sonega pode saber que é uma mixaria, já que tudo é tributado na fonte ou nos preços diretos, como seu salario e os alimentos. E cade o retorno? Governo quem mais tira da população para seus projetos mal sucedidos, incluindo esses beneficios.

  4. Não entendo de onde vem a conclusão de que “como os preços são os mesmos para todos, os mais pobres acabam destinando uma parcela maior de sua renda para o pagamento dos tributos”! Se os preços são iguais para todos, gastará mais em impostos aquele que mais gastar na compra de produtos. Quem ganha menos pode comprar menos. Quem ganha mais pode comprar mais. Quem ganha mais, mesmo que pague proporcionalmente tanto ou mais em impostos (do que quem ganhe menos) ainda pode conseguir poupar alguma coisa. A possível injustiça não está no sistema de combrança de impostos e sim nas diferenças de ganhos. Há como resolver?

    1. Luis,

      Imagine um produto que custa R$ 100, dos quais R$ 25 em impostos. Para pagar os mesmos R$ 25, os mais pobres sacrificarão uma parcela maior de sua renda.

  5. Desde quando aposentadoria é benefício ou despesa, aposentadoria é o dinheiro que do contribuinte ao INSS, é o que foi aplicado e investimento muito pouco rentável……

  6. Parabéns pela matéria muito conveniente para demonstrar que nada foi feito nestes últimos anos. A promessa era reforma política, previdenciária, tributária e jurídica. E agora PT quem é você?

  7. Os “benefícios sociais”, que são insistentemente chamados de “gastos” por muitos (o correto seria: “INVESTIMENTOS”), trouxeram o Brasil a um patamar de inserção social nunca visto antes (não está ótimo, é claro, mas melhorou sobremaneira nos últimos 11 anos!). O índice GINI passou de 0,583 em 2003 para apenas 0,527 em 2011. Tudo isso, quadruplicando o PIB (US$ 514 bilhões em 2011 e US$ 2.2 TRIlhões em 2012). Portanto, conclui-se que estamos no caminho do desenvolvimento econômico com INSERÇÃO SOCIAL!

    1. Mauricio,

      Provavelmente ainda nesta semana haverá uma postagem para comentar a diferença entre investimento e gasto, que é um debate também presente em educação e saúde.

    2. Caro Maurício Nardi, PIB brasileiro em 2011,R$ 4,143 trilhões, em 2012, R$ 4,403 trilhões. Crescimento de 0,9%. Menos de 1%. Bem diferente dos 300% que você pretende.
      Levando-se em consideração dados tão errados assim, as conclusões serão também bastante erradas.

    3. baboseira da cartilha petista. a única coisa que os tais “investimentos sociais” fazem é roubar 11p.p. a mais de qm está produzindo, dinheiro que seria usado para poupança interna/FBCF e transformar em mero gasto com gente que não tá produzindo nada para o país. “oh, mas isso é justiça social”. vamos ver o que se falará de justiça social quando daqui 18 meses, constatarmos que estamos com 5 pontos do PIB em deficit Nominal e o mercado vai tá esfolando o governo vivo, jogando nossos gastos com divida pra uns 6-7 p.p. do PIB e crescendo. Nessas condições o país estará a poucos passos de se tornar o novo Portugal/Grécia, onde a bondade de anos do governo os jogou numa situação virtualmente irresolvível que vai terminar com uma bela duma bancarrota e pelo menos umas duas gerações inteiras de pobreza indiscriminada.

      1. Desculpem: ERREI.

        O PIB de US$ 514 bi é de 2001 e não 2011! Êrro de ‘dedão’/digitação…

        Então, temos:

        2001: PIB de R$ 1,18 tri, ou US$ 514 bi

        2012: PIB de R$ 4,40 tri, ou US$ 2.2 tri

        Espero tê-lo esclarecido…

        Obs.: a Dívida Pública Líquida (soma das dívidas públicas interna e externa) encontra-se em apenas 35% do PIB (era de 56% do PIB em 2002). É uma das menores do mundo!
        Para efeito de comparação: Holanda 71%, Alemanha 83%, Espanha 89%, França 90%, Grã Bretanha 92%, E.U.A. 105%, Itália 120% e Japão 200%.

        1. Maurício,

          Pelo critério mais adotado no mundo, a dívida pública bruta do Brasil chega a 64,8% do PIB e é uma das mais altas entre os emergentes, embora, como você aponte, seja inferior às de países mais ricos.

        2. 35% é da divida liquida cara, que não tem menor relevancia devido aos repasses do governo. A divida bruta que importa agora, graças a contabilidade criativa aplicada.

      1. Como disse acima: não são GASTOS, são INVESTIMENTOS.

        Esses investimentos implicam, é claro, dispêndios do governo.

        No entanto, o retorno para a sociedade é enorme! Dezenas de milhões saíram da extrema pobreza e viraram CONSUMIDORES.

        Esses novos consumidores giraram a economia e fizeram-na crescer (PIB 2001 US$ 514 bi; em 2012 US$ 2.2 tri).

        Os empresários agradecem!

        Veja, por exemplo, a produção de veículos: DOBROU nos últimos 10 anos!

        Então, voltando à sua pergunta: o que, aparentemente é gasto (social) é, na verdade INVESTIMENTO, pois trouxe o retorno do crescimento.

        Sem falar na diminuição da mortalidade, melhores condições de vida etc. etc…

        Espero tê-lo esclarecido.

        1. Nardi. Investimento implica em expectativa de retorno, QUAL A EXPECTATIVA DE RETORNO EM PROGRAMAS SOCIAIS ?

          1. Mig, vc. não leu meu comentário. O que vc. me pergunta agora está explicado lá:

            O governo gastou (investiu) no social. As pessoas (dezena de milhões) passaram ao nível de CONSUMIDORES.

            Consumindo, giraram a economia. O País cresceu.

            O que, em princípio, parece ser gasto é, na verdade, INVESTIMENTO, pois trouxe como retorno o crescimento econômico.

            (além da melhoria nas condições de vida, baixa na mortalidade etc. etc.)

            É como se um empresário resolvesse construir uma fábrica. No início é gasto (compra do terreno, construção, aquisição de máquinas etc.). Depois, vem o lucro com as vendas dos produtos lá fabricados. Então, o inicial ‘gasto’, na verdade foi ‘investimento’!

            Espero tê-lo esclarecido.

        2. Complementando. O fato de beneficiários dos programas assistenciais gastarem dinheiro não tem nada a ver com produzir. Eles continuam sendo (na melhor das hipóteses) investimento a fundo perdido

  8. Resumindo, temos que melhorar a tributação no país e cobrar MAIS de quem pode pagar Mais!!!

    1. Caro Antônio…acho que estamos com muitos impostos…o correto era ensinar a pescar e ñ dar o peixe…todos ganhariam e todos trabalhariam .

      1. Tranquilize-se, Ricardo. O nível de desemprego é dos menores do mundo: 5,6%!

        1. KKKKKKKKKK

          Um dos menores do mundo contando com o mundo de gente que recebe bolsa-família e não quer saber de trabalhar. Não tem nada que remeta a tranquilidade nessa história

        2. Ah claro, um governo que inclui o bolsa familia como empregados, e passa maquiagem nas estatiscas, kkkkkk

    2. qm pode pagar mais? acima de 1 milaho por ano? 100 milhoes? grandes fortunas, imposto de renda? o dia que sonharem em cobrar impostos desse pessoal, o dinheiro deles já vai tá no uruguay, em cayman, na suiça. seis meses antes.

      imposto alto = evasão fiscal alta.

      gente rica não é boba igual a gente, peão de classe média, que leva 27% de ferro no holerite e não tem o que fazer.

    3. Antônio, “cobrar mais de quem pode pagar mais” não é nem justo e nem correto. Não sei onde você viu isso. O que temos é reduzir a carga tributária em larga escala, parar de jogar dinheiro fora e investir em quem não produz para começar a produzir e não para viver eternamente de programas sociais

  9. O cálculo deixou de incluir os benefícios previdenciários dos segurados especiais, os quais, embora formalmente previdenciários, são em sua essência de assistência social eis que para eles não se exige qualquer contribuição. Assim, em verdade, os benefícios sociais somam MUITO mais do que 9% do PIB

    1. Carlos Eduardo,

      Se os benefícios são pagos pelo INSS, estão incluídos no cálculo. Estão excluídas as aposentadorias e pensões da previdência dos servidores públicos, que segue regras próprias e não é tão claramente vinculada à política social.

  10. se há algo que costuma se “esconder” nos preços, não são os impostos. eles, os impostos, são regidos por legislações, e elas, as legislações, têm que ser de conhecimento público, ou não terão validade.

  11. Mas como os ricos consomem mais, acabam pagando mais impostos que incidem sobre o consumo. A alíquota pode até ser a mesma, mas o volume de impostos que cada cidadão gera é variado, porque as pessoas consomem em níveis diferentes.

    1. Ricardo,

      Por esse ângulo, pode-se dizer que os tributos limitam mais a capacidade de consumo dos pobres do que a dos ricos.

  12. Graças ao plano Real de FHC, a dominação da inflação foi a única coisa que realmente acrescentou algo de real na mesa do trabalhador. O crescimento da economia foi totalmente desperdiçada nos últimos 11 anos.

  13. Benefícios sociais pagos diretamente às famílias são o principal motivo pelo qual o gasto público brasileiro está entre os mais altos do mundo.

    Impostos e outros encargos embutidos nos preços dos produtos são o principal motivo pelo qual a carga tributária brasileira está entre as mais altas do mundo.

    Trata-se de um paradoxo: enquanto as despesas públicas no Brasil têm a finalidade de distribuir renda e reduzir a desigualdade entre ricos e pobres, as principais receitas subtraem mais a renda dos pobres que dos ricos.

    Como mostra a infografia da postagem anterior, os benefícios do INSS (Instituto Brasileiro do Seguro Social), do seguro-desemprego, da assistência a idosos e deficientes e do Bolsa Família somam quase 9% do Produto Interno Bruto, ou seja, de toda a renda do país.

    Já os tributos sobre o consumo, ou seja, incidentes sobre a venda de mercadorias e serviços, fazem com que 15% do PIB vá para os cofres do governo federal, dos Estados e dos municípios.

    Esses impostos e contribuições estão escondidos nos preços dos produtos. Como os preços são os mesmos para todos, os mais pobres acabam destinando uma parcela maior de sua renda para o pagamento dos tributos.

    1. Nossa Dívida Pública é a menor do mundo dentre os países ricos. Vide comentário acima.
      (obs.: confesso que a dívida da China eu não sei… aliás trata-se de um mistério…).

    2. Não caia na lorota de que a divida é das menos não, é hoje acima de 65% do PIB, a divida liquida que esta nos investimentos falidos do governo, na contabilidade criativa, pois repassam para x, y e z, contabilizando como liquidado, e ainda de acordo com as estatisticas dos mesmos, em que o proprio mantega teve que mandar carta ao FMI pedindo para emitirem um relatorio da divida de acordo com os criterios desse governo.

  14. Por que não fazer uma reportagem sobre o tamanho da sonegação? Lógico que se não tivéssemos 420 bilhões de sonegação ao ano em média, seria possível que pudéssemos abrir mão de alguns impostos. A questão é invertida. E não adianta justificar dizendo que “só se sonega porque o imposto é alto”. Porque esta justificativa não seria uma atenuante em qualquer lugar do mundo.

  15. E se considerar a previdência publica, mesmo que os dados finais, vale a pena considerar, pois se não me engano os gastos ou investimentos sao similarares aos do inss

    1. Edison,

      Pelos dados mais atualizados, a previdência dos servidores públicos gasta 3,9% do PIB.

  16. Pessoal, o fato é que o Brasil está longe,muito longe mesmo de se tornar um pais desenvolvido… Não adianta PIBÃO; não adianta sermos a 5a 0u 6a economia do mundo… e sermos um País povoado por favelas e favelões. Povo sem acesso a serviços básicos de saude e educação… enfim.. É muito indice (IDH; indice disto; daquilo) e a realidade é nua e crua e muito feia de se ver . É só olhar à nossa volta.

    1. Caro Tittel,
      Concordo, não estamos em uma situação ótima.
      Mas o que deve ser analisado é a tendência.
      O Brasil atingiu em 2012 o menor nível de desigualdade de sua história, apesar da crise na Europa, De acordo com a pesquisa “De volta ao País do Futuro” do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (CPS/FGV), o índice de Gini – que varia de 0 a 1, sendo menos desigual mais próximo de zero -, caiu 12,88% de 2001 (0,5957) a 2012 (0,5190).

  17. A classe mais pobre do País não paga imposto porque a cesta é de graca. Não é, pois, dar com uma mão e tirar com a outra.

    Quem tem idéia para que o imposto seja proporcional a renda entre os demais pobres e ricos desse país, não deve esconder isso dos tributaristas. Conta logo que estamos esperando.

    1. Rui,

      A cesta básica é apenas parte do consumo dos mais pobres. Há impostos sobre vestuário, transportes, energia elétrica, telefonia etc.

  18. O fato é que o governo gasta demais jogando dinheiro em um buraco sem fundo, depois contabiliza todos que recebem ajudas de programas assistências como se fossem trabalhadores (até mesmo crianças de 13 anos). Pagamos essa carga tributária abusiva porque o governo quer garantir votos dando dinheiro para quem não quer saber de “nada com nada”

  19. parabéns pelas matérias, mantenha a isenção – possível – político/partidária. Agora, quanto ao fato de os pobres pagarem 15% de tributos sobre o consumo e terem benefícios diretos de 9% inclui uma falácia. Esta é uma análise do global das contas e não pode ser transferida para o plano individual. Se recebi 100 de benefícios e gastei 15 em tributos, terei 85 e não é verdade que devo 6.

    1. Marco,

      Os dados são para descrever a relação do poder público com a sociedade como um todo. É claro que haverá situações individuais diferentes. Muito obrigado pelo comentário.

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