Ensino superior público fica mais caro e privilegia inclusão, não competição
A estadual USP (Universidade de São Paulo), que acaba de perder pelo menos 68 colocações no principal ranking universitário internacional, é tida quase consensualmente como a melhor instituição de ensino superior brasileira; ninguém discute que, na média, as faculdades privadas são muito piores que as públicas no país.
Trata-se, na prática, de um mercado com muitos participantes e pouca competição: a quase totalidade das instituições privadas se conforma em abrigar os alunos menos afortunados, enquanto as federais, estaduais e municipais são repartições públicas onde a estabilidade no emprego está garantida independentemente do desempenho.
Abecedário: falta de cursos em inglês prejudica competitividade internacional
Isso não quer dizer que não tenha havido evolução no ensino superior do Brasil nos últimos anos. O foco das transformações, no entanto, foi a quantidade _ou, numa expressão mais otimista, a inclusão.
Com expansão da rede pública e subsídios à rede privada, a política de educação superior elevou o número de matrículas presenciais de 3,5 milhões, em 2002, para 5,7 milhões em 2011, segundo o último censo do setor. Nas universidades públicas, de 1,1 milhão para 1,6 milhão.
É muito pouco: significa apenas 14,7% dos jovens entre 18 e 24 anos frequentando o ensino superior, enquanto as metas oficiais falam em mais de 30%. Com tanta gente a ser posta para dentro do sistema, as exigências de qualidade ficam em segundo plano. O crescimento se dá por cotas raciais e sociais, cursos noturnos, ensino à distância.
O gasto público no setor cresceu, no período, de 0,8% para 0,9% do Produto Interno Bruto, ou seja, de toda a renda nacional. Em termos mais palpáveis, cada aluno custava R$ 20,7 mil em 2011, contra R$ 16,9 mil em 2002, em valores corrigidos.
O número de professores aumentou ainda mais que o de alunos, de 92 mil para 151 mil vagas docentes na rede pública. Esse contingente forma uma das categorias mais mobilizadas e influentes do serviço público, ainda mais com a generalização das eleições para reitor _que acaba por atrelar a administração das universidades aos interesses da corporação.
Dizer que as universidades públicas são melhores que as particulares é amesquinhar a qualidade do ensino superior público. É como se dissessem: “em terra de cego, quem tem olho é rei!” Esqueceram de mencionar a quantidade de doutores nas públicas e a maior chance de colocação no mercado de alunos delas egressos.
Com mais de 30% de jovens com 18 a 24 anos frequentando o ensino superior alcançamos o nível necessário da massa populacional. No entanto, sem melhorar qualitativamente o ensino básico não estaremos “liberando” o freio que nos segura do desenvolvimento. Ainda temos de melhorar e ampliar o ensino profissionalizante. Sem esses dois fatores não será possível aumentar a produtividade e consequentemente o bem estar da população.
Utilizar a queda da USP no ranking internacional e relacionar com “quantidade”e “inclusão”, associando a aumento de gastos com a universidade pública é realmente uma linha de argumentação mais que envieasada. O autor do texto deveria tentar fazer um doutorado pra comprovar essa difícil tese.
Embora o ensino brasileiro não esteja como deveria estar, mas já temos alguns avanços, mesmo que não sejam como esperávamos.
Todo este dinheiro para nada!!!!!!!!!!!!!, so a corrupcao.