Sem querer, Ipea mostra a pouca relevância do Bolsa Família para o crescimento do PIB

Dinheiro Público & Cia

Como parte das comemorações oficiais dos dez anos do Bolsa Família, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) saiu-se com uma tentativa de demonstrar a importância do programa para o crescimento da economia. Vistos com mais atenção, no entanto, os resultados encontrados não são encorajadores.

A partir de cálculos de complexidade inalcançável para os leigos, o instituto, ligado ao Palácio do Planalto, estimou hoje que, para cada R$ 1 adicionado às despesas do Bolsa Família, o Produto Interno Bruto do país cresce R$ 1,78.

Esse efeito se daria, conforme foi explicado, porque a parcela mais pobre da população destina praticamente toda sua renda adicional ao consumo, elevando as vendas do comércio, o que geraria mais contratações e, portanto, mais salários pagos.

Supondo que a conta esteja certa, pode-se tentar imaginar o impacto de uma forte alta imediata _de 10%, por exemplo_ nos gastos do programa, que somam R$ 21,4 bilhões anuais. Seriam acrescentados mais R$ 2,1 bilhões em benefícios, o que, com o efeito multiplicador estimado pelo Ipea, significariam R$ 3,8 bilhões a mais na economia.

Ou 0,08% do PIB.

E há um asterisco importante na apresentação do Ipea: os cálculos são válidos para situações em que a economia apresente “capacidade ociosa” _ou, traduzindo, que esteja operando abaixo de seu potencial. Em outro cenário, o impacto do Bolsa Família é menor.

Comentários

    1. Idelmar,

      O cálculo do Ipea vale para gastos adicionais do Bolsa Família, e ainda assim em situações de economia operando com capacidade ociosa.

      1. Pois é, você quer que uma expansão de apenas R$ 2,1 bilhões (ou 0,047% do PIB) tenha que efeito? De 2% do PIB?

      2. 1. O objetivo do programa não é crescimento e distribuição, com retirada de pessoas da situação de pobreza extrema;

        2. Um multiplicador de 1,78 não é baixo. O valor de 0,08% do PIB é baixo apenas por representar o efeito de um aumento ‘pequeno’ para as proporções do PIB, ou seja, R$ 2,1 bilhões. Se o montante adicionado fosse maior que, o efeito seria bem mais significativo. Então, o que o estudo (e, sem querer, o autor da matéria) mostrou foi que há um amplo espaço para aumento da magnitude e cobertura do benefício, com efeitos significativos também para o crescimento. Contudo, novamente, o foco do programa é distribuição, não crescimento.

        3. Para o autor: Para de tentar fazer análise econômica pautada em ideologia barata, apaga o texto (porque tá dando vergonha), senta a bunda na cadeira e vai estudar um pouco. Talvez assim você enxergue os cálculos com uma “complexidade menos inalcançável”…

    2. “Mas sem os R$21,4 bilhoes o PIB seria 0,8% menor todo ano.”

      Não 0,8, mas sim 0,08%. A questão é que não tem um impacto significativo no PIB, quer dizer, não aumenta nem 1%, nem 0,1%, aumenta 0,08%, o que mostra qu enão tem importancia em melhorar a economia.

      1. O Bolsa Família foi escolhido o vencedor do 1º Prêmio para Desempenho Extraordinário em Seguridade Social (Award for Outstanding Achievement in Social Security), concedido pela Associação Internacional de Seguridade Social (ISSA, em inglês)

      2. Mas de onde esse colunista tira aumento de 10% do BF. Com um único motivo, reduzir o percentual de 0,8% para 0,08% E se o aumento no BF fosse de 200%? Teria um impacto de 1,6% do PIB, o que para um programa social é um número maravilhoso comparado aos demais programas de seguridade social.

        1. E desde de quando Seguridade ( aposentadoria ) é programa de transferência de renda ?
          O trabalhador e o empregador pagam para que o trabalhador tenha este valor quando se aposenta e o governo só diminui o valor ano a ano . Se o governo desse um aumento igual ao dado ao trabalhador da ativa e mais o valor dado ao bolsa família ele ai poderia fazer qualquer comparação .

    3. Grande efeito multiplicador deve ter mesmo é o impacto do juros na dívida pública anual né… Esse sim deve ser um exemplo de política de equidade de renda e estimulador do crescimento econômico… Afinal, custar mais de 10 vezes o custo anual com o bolsa família não é pouca coisa mesmo…

      1. JENIO!

        E a Divida aumenta pq? Ela aumenta pq o governo gasta o q não tem, sem o Bolsa Familia ela aumentaria menos…

        Pro outro JENIO ali em cima q disse q se o programa aumentasse 200% aumentaria 1,6% o PIB…

        Porem os Gastos iriam Subir pra 63 bilhões…

        Considerando uma arrecadação de 35% daria algo em torno de 26 bilhões a mais de arrecadação, ou seja de onde o governo iria tirar os 37 bilhões q faltariam pra pagar bolsa familia? Tira da educação? Da Saúde? Da Segurança? Vc não é ingênuo o bastante pra achar q eles tirariam da corrupção né?

        Bolsa familia sai da divida do governo.

  1. Educação,sim, é relevante para aumentar a renda. Conhecimento é custo-benefício, portanto, investimento com retorno garantido. No dia dos Professores, nada melhor que lembrar que dar nota não resolve o problema, tem que dar conhecimento.

    1. Seu comentario e’ excepcional, pois nada adianta ficar dando o bolsa esmola oficial do governo, ao inves de dar o conhecimento para que todos busquem o seu sustento, sem precisar deste BF. Infelizmente, Angela, ainda estamos longe que isto acabe, pois este tal de BF e’ plataforma politica de muitos que estao pendurados neste programa.

      1. Ronaldo, pelo tamanho da “coisa”, devo concordar contigo. Deveria haver obrigatoriedade de frequência e aproveitamento em cursos profissionalizantes. Por experiência – sou professora em escola pública – sei que grande parte dos incluídos no programa apenas participam sem interesse em aprender e outros se ausentam com frequência, mas não o suficiente para serem desligados do programa.

        1. Desculpe-me mas parece-me que vocês vivem em um pais onde tudo é colorido lindo e maravilhoso como se vê somente na TV. Atribuem à educação a salvação para um problema que é social. A educação possui sim seus problemas mas necessidades imediatas como FOME, MORADIA E VESTUÁRIO, não podem esperar 17 anos de educação até o termino de uma graduação.

  2. Nossa, pra acreditar num troço desses, o cara tb deve achar que existe um motor que produza mais dinheiro do que consome.

    Os 1 reaus que foram gastos no Bolsa familia, foram extorquidos oficialmente de outra pessoa que trabalhou, esforçou-se, produziu, e ganhou aquele 1 real, e que iria gastar ele no mesmo comércio, e gerar o mesmo “efeito positivo” que o governo atribui ao bolsa familia.

    1. E se todos tivermos essa mentalidade de que a sociedade ao redor que se exploda, vamos manter indefinidadmente o ciclo de miséria secular no país. Será que alguém aí já ouviu o ditado “quando a maré sobe todos os barcos sobem”?! E ninguém é miserável neste país por opção. Transferencia de renda é uma gota com que cada um de nós contribui para essa maré nacional; e a educação é a outra saída, sem dúvida, desde que chegue a todos. Acorda Brasil: o bem comum é mais importante que o umbigo de cada um!

      1. Esse dinheiro poderia ser mais bem aproveitado ensinando esse povo a produzir mais e se tornar independente. Distribuindo uma migalha por mês vão se tornar eternos pobres.

      2. “Transferencia de renda é uma gota com que cada um de nós contribui para essa maré nacional;”

        Que ninguém escolheu. Foi forçado.
        O dinheiro dos MEUS impostos tem de ser usado para o bem de TODOS, inclusive o MEU, não só de uns POUCOS, não importa quão ricos ou pobres sejam.
        O fruto do seu trabalho e da sua obrigação de pagar impostos beneficia uns POUCOS, ao invés de TODOS. Isso é tratamento especial, e não é como se o resto da sociedade fosse uma maravilha.
        Gaste o dinheiro na educação. Beneficio acessivel a TODOS, inclusive a mim, que estudei a vida toda em escola pública.

        1. Dizer UNS POUCOS parece piada. Abram os olhos: somos um país repleto de gente carente, que não teve as mesmas oportunidades – sequer de acesso à educação básica; gente que não estudou pq precisou ajudar a família a sobreviver, desde criança. Isto vem mudando, mas ainda temos um longo percurso. Enquanto quisermos usufruir individualmente da nossa própria contribuição com impostos nada vai mudar. Só seremos uma nação de verdade quando a vasta maioria de nós tiver garantido acesso pleno aos serviços essenciais, dignos. Se achar que o problema não é seu, mude-se daqui. Nossos impostos são para a coletividade, não para cada um pegar sua fatia. Essa é no fundo a mentalidade de tantos políticos que se aproveitam do seu poder p/ meter a mão no nosso bolso. Isto sim, temos que combater – e em favor da coletividade.

          1. Não é piada. Quando 100% da população adulta paga imposto, direto ou indireto, e menos de 5% recebem um beneficio em dinheiro, por definição, POUCOS recebem o trabalho de muitos. Diretamente. Não é um quarto da população. É menos de um décimo.
            Conheço gente que não teve oportunidade e teve de comer lixo e que tirou o doutorado. Não teve oportunidade, mas mesmo assim saiu-se bem. Não por ganhar bolsa não, mas por esforço. Não foi por 70 reais, foir por estudo. Falar que não tem oportunidade é apologismo puro- pessoas com mais dinheiro tem mais oportunidades, claro, isso não exclui uma pessoa menos afortunada completamente. No momento que ela usa isso para justificar ela simplesmente está jogando a culpa da situação dela nos outros, ao invés de admitir que pode melhorar.

            “Enquanto quisermos usufruir individualmente da nossa própria contribuição com impostos nada vai mudar.”
            Mas se outra pessoa usufruir individuamente da nossa contribuição, vai? Porque o Bolsa Familia não ajuda a população do Brasil, ajuda menos de um décimo. Ninguém aqui quer o imposto de volta direto, mais fácil não pagar imposto, e isto não existe. A questão é que um dinheiro que podia ser investido para todos, na educação, é investido para poucos. A não ser que menos de um décimo da população do brasil não seja para poucos. Ai também não teremos poucos ricos, também.

            “Só seremos uma nação de verdade quando a vasta maioria de nós tiver garantido acesso pleno aos serviços essenciais, dignos.”
            Não só, mas parcialmente certo. Não vejo como 70 reais por mês nos ajuda a ter serviço publico de qualidade. Vejo como ajuda o governo em outras coisas. Principalmente nas propagandas.
            E a pobreza dos outros não é problema do cidadão não. É do governo, e não se resolva com bolsa. Tanto é que 10 anos e não se resolveu. E nesse mesmo tempo, a Alemanha Oriental resolveu o problema dela.
            “Nossos impostos são para a coletividade, não para cada um pegar sua fatia.”
            É errado ter os impostos investidos em serviços para todo mundo, que é o ponto do post que você responde, mas é certo se os impostos não forem para a coletividade, mas para menos de um décimo da população? Tudo bem o dinheiro do seu imposto parar na mão de individuos, não para o bem geral, desde que sejam outros individuous e estes sejam mais pobres que você?

            “Isto sim, temos que combater – e em favor da coletividade.”
            Pois é. Como a educação. Dar dinheiro para o Eike Batista não é para o bem coletivo, embora o governo tenha justificado como. Financiar uma centena de empreiteiras também não é para o bem coletivo. Como dar bolsa para menos de um décimo é para o bem coletivo? O próprio estudo do IPEA mostra que o efeito no PIB (que nem significa muito para o bem coletivo, é só o tamanho da economia. A Indía tem o PIB maior que o do Canadá e é um país muito pior para se morar. PIB só é usado para fim nacionalisticos e propagandisticos, por aqui, que nem numero sobre a pobreza) é praticamente nulo.

        2. E as faculdades púbicas são p todos? E os abatimentos no IR? E os descontos de IPI de carros 0 ? A ai cara-pálidas, querem somente p vcs? O Bolsa família recebeu hj o mais importante prêmio internacional concedido a programas do gênero!! É um sucesso e ainda contribui para o PIB, mesmo sendo um programa social e esta exatamente ai a distorção na manchete deste jornal!

      3. Perfeito seu argumento. O problema é que o egoísmo liberal de direita – tão bem representado pela oposição atual no Brasil – não entende que sem distribuição de renda nunca seremos uma sociedade economicamente desenvolvida.

        1. Engraçado que muitas sociedades, como a alemanha e o japão, se recuperaram de guerras terriveis e economias quebradas sem “distribuição de renda”. Distribuição de renda não é algo necessário, é uma consequencia de politicas corretas de educação e de crescimento da economia.
          O problema é que a pseudo-esquerda pseudo-não-liberal que governa esse país gasta dinheiro em coisas egoistas que só servem a eles, como propaganda.
          Querer um estado aonde as pessoas e o dinheiro das pessoas é usado em beneficio de todos não, não de poucos, não é egoismo. Egoismo é beneficiar poucos com o dinheiro de todos, sem consultar a todos, e depois fazer propaganda como se resolve-se todos os problemas, que não resolveu.
          Fome zero não extinguiu a fome. Param de falar dele. Os dois PACs não aceleraram o crescimento. Também nem se fala.
          Um governo tem de governar para todos. Se pessoas ricas não precisam de governo, como o ex-president uma vez falou, então porque eles precisam pagar imposto? Se eu, como classe média, pago os meus impostos em dia, porque só gente mais pobre que eu ganha com o governo, quando sou obrigado a ter um plano de saúde privada num país com um sistema de saúde pública?

          1. Ademar, na Alemanha teve o Plano Marshall que garantiu pleno emprego logo depois da guerra porque se tinha um país a reconstruir – imagine o volume de trabalho! – e os homens tinham morrido na guerra. Então, as mulheres e as CRIANÇAS foram para as fábricas e construção civil, os velhos voltaram a trabalhar em inúmeros postos. E não pense que lá tem sido o Paraíso da paz, da justiça social e da pujança. Os alemães tiveram educação garantida desde muito tempo atrás, o que não aconteceu nunca neste país. Uma vergonha. Não vou me alongar, mas acho que você deveria estudar História da Alemanha do Pós-Guerra.

          2. Nós estamos falando de duas guerras mundiais. Um país devastado por duas guerras mundias e separado até 20 anos atrás. Não teve plano Marshall nas duas. E o plano marshall foi para uma metade, a outra, que vivia na pobreza, se recuperou em dez anos.
            Os alemães tinham educação porque investiam em educação, e trabalhavam para alcançar.

            “E não pense que lá tem sido o Paraíso da paz, da justiça social e da pujança.”
            Não, tem indicadores sociais melhores que os nossos. A argentina, o chile e o uruguai também tem. Não preciso pensar, tenho fatos. Crime violento lá é com faca. Aqui você tem sorte se te assaltarem com faca.

        2. Concordo. Só quem já morou em (ou conhece a fundo) países estruturados é capaz de entender isso. Cada um tem que fazer a sua parte. Nosso passivo aqui é muito alto e temos que contribuir bem mais do que usufruir pessoalmente dos impostos que pagamos. Mas claro que não podemos deixar político safado algum roubar esse suor. E só as urnas é que são arma eficaz p/ contê-los.

      4. Parabéns, Jorge. Um professor de Ciências Sociais, Giovanni Arrighi, italiano, que estudou Economia, foi trabalhar na África e lá ele percebeu que a Economia Capitalista não vê o ser humano como gente, com direitos e necessidades. Voltou, se mal me lembro, para a Inglaterra e foi acrescentar mais estudos (sociais e políticos) para se tornar o grande cientista político que é. É claro que jamais vai ganhar um Prêmio Nobel!

        1. Interessante esse exemplo. Em sociedades mais primitivas que a nossa a coisa é ainda mais gritante. E aqui há pessoas achando que devem receber mais pelos impostos do que aqueles que tiveram tão poucas oportunidades na vida (os que sequer conseguem contribuir – além do distorcido imposto embutido nos produtos de consumo – são os mais penalizados). E isso em grande parte tem a ver com a mentalidade escravagista que permanece entranhada em nossa sociedade. Os afortunados acham que quem não tem sucesso é pq não se esforçou, ou são preguiçosos – ou ignorantes. Haja presunção e insensibilidade!

          1. Jorge, se vc quer ajudar eternamente esses pobres que dê entao o seu dinheiro, do seu bolso. Respeite meu direito de nao colaborar com algo que nao concordo: dar dinheiro a fundo perdido. Voce viu na TV as pessoas que apareceram qdo houve o rumor que nao haveria mais bolsa familia? Aquela moto, celular, calça de R$300 reais foram pagos por você, por mim. Esse argumento do IPEA é uma maluquice. Se fosse assim, vamos começar a construir casas com colheres, assim todo mundo fica empregado. Esse dinheiro foi jogado fora. E quanto mais se dá, mais gente aparece para aproveitar. Nao tem fim. A bolsa familia eterniza a miséria, sem fome extrema, mas a miséria fica. Se quer fazer caridade, que faça você.

          2. Jorge, ninguém deve receber mais ou menos. Todos devem receber o que todos aplicam. Ninguém, pobre ou rico, deve receber o dinheiro de todos. Justiça social não tem nada a ver com o destino dos impostos, ou nos tornaremos em um país democrático com uma ditadura da minoria.

            Agora, atribuir escravagismo a pessoas que acham que o retorno para elas deveria ser proporcional a quanto pagam é puro preconceito. Aliás, aqui gostam de jogar o escravismo como um satanás. Parece que ruiu o Brasil e as pessoas todas. Quando na verdade, é só uma mentira para tirar a culpa daqueles que tem o poder. Que nem a mentira que se ensina na escola de que os portugueses tiraram todas as riquezas do Brasil, e por isso somos pobres. Foi justamente a prata que os espanhois tiraram dos andes que foi a ruina deles. Aqui, é mais fácil culpar os outros. Na alemanha, eles não culpam os russos e os americanos pela devastação que quebrou o país deles, duas vezes, a tão pouco tempo atrás. Por que? Porque o país deles se re-ergueu duas vezes. E se uniu a 20 anos. E mesmo assim, os indicadores sociais são muito melhores que aqui. Porque eles não os dias culpandos os outros por seus problemas, eles trabalharam duro, e mais uma vez, são a maior potencia econômica da europa. Puro trabalho. Sem bolsa por 10 anos. Sem bolsa para se reuniar a Alemanha. Sem bolsa pós primeira guerra mundial. Trabalho. Bem tipico da religião protestante, que é bem comum por lá.

            Mas o que você chama de insensibilidade não tem nada a ver com o governo. O governante não tem que ser “mãe”, “pai” ou sensivel. Isso é puro populismo da décade de 30. O governo é uma instituição impessoal, ou ele correr o risco de favorecer uns poucos, se tornando intrisicamente injusto, não importa quão rico ou pobre o favorecido.

            Apelar para o apologismo aos “pobres coitados sem oportunidade”, é jogar a culpa nos outros, como sempre. Como mencionei em comentário anterior, conheço gente que foi pobre a ponto de comer lixo e que, por esforço próprio, tirou o doutorado. A pessoa tinha tanta oportunidade quanto os pobres de agora, não foi o acaso nem “sorte” que a lhe ajudou, mas seu próprio trabalho. E justamente atribuir sua condição se prolongar aos outros é que perpetua essa condição. Quando a pessoa é pobre, a culpa é dos outros. Quando a pessoa sai da pobreza, o mérito é do governo? Parece que o individuo nunca faz nada, está só a maré de uma massa, “dos outros”.

            E “insensibilidade” é puro apelo a sentimentalismo. Um argumento chamado de “ad hominem”, uma falácia que tenta evocar emoções quanto se falta lógica.

        1. Ademar da Silva, concordo plenamente com vc.
          O que esse governo quer é instalar uma Cuba por aqui, e se as idéias dos comunas fossem boas Cuba seria uma Suíça.

          Com relação ao ‘ad hominem’, na verdade o argumento usado foi o ‘ad passiones’

      5. oh, pliz. cada brasileiro produtivo é extorquido em 40% de sua renda. ele produz 5, doa 2 e fica com 3. Isso para que belos e formosas pessoas com dois braços, duas pernas, fiquem tomando chimarrão em casa. Tem cidades inteiras vivendo de bolsa familia, de repasse de prefeitura e td mais.

        Em outros tempos passados até dava pra engolir essa história, mas hj tá sobrando emprego e faltando vergonha na cara.

        Vamo ve qto tempo metade da população aguenta ficar sustentando a outra metade. não por mto tempo, eu penso.

        Os europeus estão TODOS FALINDO com seus modelinhos de welfare. logo seremos nós, se não mudarmos as coisas.

  3. Se o governo investisse esses R$21 bilhões todo ano em projetos para melhorar a produção e a economia das regiões pobres do país o resultado seria muito melhor. Bolsa família é um gasto que morre sem deixar fruto. Se cortar o bolsa família o pessoal vai voltar a passar fome.

    1. vai nada, o programa existe ha 10 anos né? So vi adulto ir la receber se estao ai com mais de 10 pra receber pq passam fome pq nao morreram antes ?

  4. Muito bom esse tal ipea que é federal e está fritando a massa encefalica de alguns dizendo que o9 bolsa familia é irrelevante ,então para de gastar dinheiro de impostos com essa tal bolsa esmola e faça algum beneficio como industria escolas e outras coisa mais eficiente, faça esse calculo com as aposentadorias pois quem trabalhou e trabalha ainda se for do jeito que esse tal ipea falou o desgoverno federal deve bilhões de reais aos aposentados e não paga.

  5. Assumindo-se um crescimento the 3% no PIB no ano (R$132 bilhoes), R$ 3,8 bilhões correspondem a aproximadamente 3% desse crescimento. Ora, dizer que aumentar os gastos do Bolsa Familia em 10% num dado ano contribuira’ em 3% do crescimento total da economia nesse mesmo ano nao e’ pouca relevancia…

  6. Caro jornalista, a sua conta está certa. Você só esqueceu de dizer que expandir o Programa Bolsa Família em R$ 2,1 bilhões equivale a uma expansão de 0,047% do PIB, ou seja: como a expansão inicial é pequena, o efeito final também será pequeno.

  7. Tem gente que acha que os mais pobres não pagam impostos. O mesmo feijão que rico e pobre compra tem muitos impostos embutidos. Estão esquecendo esse detalhe. É claro que o ideal seria a não necessidade de bolsas, mas nos países ricos há vários programas de transferência de renda bem mais robusta que o brasileiro ignora. Se diminuiu o número de crianças que morrem de fome o programa já tem sentido, desde que seja bem monitorado. Só não tolero dinheiro desviado por políticos para seus benefícios.

    1. Apoiado, Cesar. Digam o que quiserem, mas esse sistema de transferência de renda é uma revolução silenciosa no nosso país. Basta ver o que está ocorrendo no NE c/ essa seca (que ainda não terminou): as pessoas estariam morrendo de fome por lá, ou inchando ainda mais as áreas urbanas “ricas”, inclusive do sudeste, se não fosse por isso. O imposto embutido nos produtos de consumo são desiguais: os pobre pagam proporcionalmente muito mais. Injusto. E aos políticos ladrões (que não são todos) só a força das urnas, com a crescente conscientização da população.

    2. Pois é. E tem gente que acha que os impostos deviam ir para todos, não para poucos.
      Que pecado.

    3. Qdo se fala NAO pagam impostos estao se referindo a IPTU, IR e outras coisa A MAIS, nao tampe o sol com peneira …

  8. “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, as vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência”.Rui Barbosa
    Não é a terra que constitui a riqueza das nações, e ninguém se convence de que a educação não tem preço”. Rui Barbosa

  9. Pra mim andaram faltando no curso de economia. Se chama efeito elasticidade renda, keynesiano. Outro ponto o efeito é muito maior mas regional, e impacta o PIB da área de influência.

  10. O mais importante de tudo não vejo ninguém comentar. Se a quantidade de pessoas beneficiadas tem aumentado ano a ano, isso significa que esse programa é ineficiente, pois cada vez mais pessoas estão se tornando dependentes de transferências do governo. Não existe país desenvolvido com uma tanta gente dependente assim. O Bolsa-Família só seria eficaz, se, ano a ano diminuísse a quantidade de pessoas que se enquadrassem como dependentes dele. Se aumenta a quantidade de dependentes, isso significa que os necessitados estão aumentando. E tem mais, o Bolsa-Família não tira ninguém da miséria, apenas ajudar a diminuir os efeitos da indigência extrema, pois caso todo o auxílio fosse retirado, os beneficiários voltariam a condição de miséria, por isso, não está sendo “retirando” pessoas da miséria como insiste a propaganda governamental, mas sim, está se evitando a condição de miséria extrema, o problema é que não existe um programa sério de fazer diminuir esse contingente de necessitados.

  11. Engraçado, não conheço um país “pobre” que passou a “rico”, ou um país que virou rico, usando transferencia de renda.
    A Coréia do Sul virou um país rico e um pólo técnologico através da educação. O Japão, com duas bombas nucleares nele, e a europa, se reconstruiuram no pós guerra – duas – no trabalho duro mesmo. Os Estados Unidos, Canadá e Australia, com escravagismo que nem nós, colonização que nem nós, e no caso dos EUA, com escravagismo até mais ou menos que nem nós, estão hoje com indicadores sociais bons. E não, a desculpa de modelo de colonização diferente é a pior mentira ja inventada na escola brasileira.
    Eles estão em crise, claro, mas o capitalismo funciona em ciclos. O Brasil também está em crise, embora com tanta propaganda, parece até que vivo no paraíso. Por falar em propaganda, já dizia o ex-presidente sobre um hospital no nordeste do Brasil: “A saúde ta tão boa, que dá até vontade de ficar doente para ser tratado aqui”.
    Que pena que ele nunca teve a oportunidade de ter o seu desejo cumprido, e foi forçado a se tratar em hospital de elite, mesmo com a saúde tão boa que tão até contratando ajuda humanitaria, do tipo usado no Haiti, de emergencia, de outros países.

  12. É incrível como este jornal desmerece qq notícia positiva do governo. Considerar que 0,08% de aumento no PIB seja pouco para um programa social é acreditar que a maioria de seus leitores são de baixissima inteligência.

  13. E uma pergunta para aqueles que dizem que o “imposto de todos” não pode ser gasto com alguns: quem paga as faculdades públicas para alguns estudarem? Quem paga a diminuição de IPI para alguns comprarem carro? Quem paga pelos descontos de gastos com saúde abatidos no IR? E ai?

    1. Qualquer um pode entrar em uma universidade publica. É só se esforçar. “Aí, minha escola foi ruim.. eu não consigo..” Isso é choradeira. O que você fez nessa escola ruim? Se esforçou pra aprender algo? ou ficou de zueira? Sinceramente, acredito que a maior diferença entre uma escola boa e uma ruim é a mentalidade dos alunos.

  14. Aliás, gostaria de perguntar ao colunista pq ele insere o tal 10% de aumento do BF? seria para reduzir de 0,8% para 0,08% . Ou seja, mostra claramente uma manipulação grosseira!!!

  15. Para cada R$ 1 repassado pelo programa, a economia cresce R$ 1,78, ante R$ 0,39, no caso do FGTS; R$ 0,53, na Previdência; R$ 1,06, no abono e no seguro-desemprego; e R$ 1,19 no BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é dado a idosos e deficientes.

    1. André,

      Segundo o estudo do Ipea, para cada R$ 1 adicionado ao programa (e não repassado por ele), a economia cresce R$ 1,78.

  16. Esse programa social foi criado pra garantir que as crianças não iriam trabalhar, contribuindo pro orçamento doméstico; sendo assim iriam pra escola. Há alguns anos a propaganda contra o trabalho infantil era imensa. Além do que estaria esse programa incluído em garantir renda mínima. As crianças estão na escola e o pão do dia a dia está garantido. É preferível um programa desse a tentar universalizar a previdência social de qualquer maneira, com contribuições de quarenta reais.

  17. Eu poderia dizer que o resultado apresentado pelo IPEA e’ um ponto contra a eficacia de politicas keynesianas. Correto?

  18. Acho que o IPEA deve ter cometido um erro conceitual e somou R$0.78 aos R$1,00 do bolsa esmola oficial e disse que para cada R$1,00 o PIB cresce R$1,78. Ainda ta pra existir alguem que invente uma maquina tao eficiente que aumente a eficiencia em 78%? Nem dizer nada de Instituto que e’ vinculada a presidencia da republica, pois tem que falar aquilo que a presidente quer ouvir!!!!
    Como diria Ruy Barbosa – Prosopopeia flacida para acalentar bovino – ou conversa mole pra boi dormir

  19. Na realidade isto atesta que é um programa com ótimo custo-benefício. Note que o objetivo precípuo do programa é atender às pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social, de levar melhor qualidade de vida para estas pessoas. Isso representou 12% da redução da desigualdade social do país, o índice Gini que estava em torno de 0,58 em 2003 hoje atinge patamares próximos a 0,50, portanto colabora num processo importante e fundamental para o país.
    Isto custa no total 0,4% do PIB, no entanto tem efeito adicionado no PIB de 78% a mais do que gasta. Ou seja, este efeito é um “bônus” do programa, não é seu objetivo principal. Além de atender aos mais pobres, ainda aquece a economia em quase 1% do PIB em seu total. Ele não é caro e ainda gera um resultado positivo em duas frentes.

  20. Por maior ou menor impacto no PIB, resta um impacto não comentado, ou seja, na cultura nacional. Se antes a coisa já não estava das melhores no que se refere a trabalho, produtividade, preguiça, vagabundice, etc. Agora, com este programa crescendo ano após ano, tal como uma bola de neve que só vai parar quando estourar em algum barranco, o prejuízo social é enorme. Haverá décadas para se e somente se aparecer algum pica grossa endireitar isto e por no rumo de muito tempo atras. Serão décadas perdidas, com milhões voltando a miséria novamente, afinal, não aprenderam a pescar.

  21. Bolsa familia não é pra aumentar PIB, é pra transferir renda… nao tem que mexer no que ta bom. assim como PSDB melhorou a economia PT (lula) melhorou o social.. quero saber agora quem vai arrumar a educaão

  22. Irrelevante???
    O objetivo do Bolsa Família é atender uma população extremamente pobre. Os efeitos disso na economia podem ser esperados a longo prazo. Mas a curto prazo dizer que do crescimento do PIB em 2013 em 2,3, 0,08 foi devido essa população extremamente pobre. Isso significa que 3,5% do crescimento que tivemos no ano passado foi causado pelo Programa Bolsa Família.
    Isso é irrelevante???
    Não teríamos nada a esperar dessa camada da população e ela ainda contribui com 3,5% do crescimento que a economia brasileira apresentou no ano de 2013, uma contribuição extremamente relevante para uma parcela de 7,01% da população.
    Pense no problema de uma maneira global acrescentando ainda os ganhos sociais em escala, com a diminuição dos índices de mortalidade, aumento do IDH, diminuição da criminalidade, etc…

  23. Prezado, sua conta está errada.
    Correto seria dizer que a cada 2,1 bi acrescentado no programa seria acrescentado 3,4 bi ao PIB.
    Ou seja, do custo total de 21,4 bi acrescenta-se 38,1 bi ao PIB.

  24. Não entendo pessoas aqui comentando que o dinheiro destinado ao Bolsa Familia deveria ser investido na educação, pois o maior beneficio que o bolsa-familia gera eh a educação (e saúde)! Vamos completar a frase: ganha uma bolsa por filho…….QUE ESTEJA MATRICULADO E COM VACINACAO EM DIA!!!!
    Eh MT negligência esquecer a ultima parte, e chamar o programa pejorativamente de bolsa esmola! Antes, as crianças nem iam na escola e nem eram vacinadas! Era mais lucrativo faze-las trabalharem! Ou seja, o bolsa familia contribui para diminuir o trabalho infantil, e aumentar a presença nas escolas—>EDUCACAO!!! Ajustes ao programa são necessários, para melhorar a assiduidade e desempenho dos alunos? Obvio!! Tem que melhorar a qualificacao e salario dos professores (vide Haddad, do PT, Diga-se de passagem, aumentou o piso dos professores)? Claro!!!!! Mas, antes, antes de tudo, o aluno tem que ir a escola, e não ser forçado a trabalhar pelos pais na miséria extrema!!! (E nem passar fome, detalhe!)

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