Dilma sinaliza mudança de equipe na economia, mas não de convicções

Dinheiro Público & Cia

Apesar da indicação de mudanças na equipe econômica em um eventual segundo mandato, a mensagem da campanha de Dilma Rousseff não mostra sinais de abalo nas convicções da presidente.

Nesta quarta-feira (3), a petista afirmou que, em um novo governo, haverá “atualização das políticas e das equipes”.

Trata-se de mais um passo em um lento e hesitante caminho rumo a algo parecido com uma autocrítica. Dilma tem admitido também não estar “plenamente satisfeita” com os resultados de seu mandato.

Afinal, o país apresenta hoje sintomas de uma recessão, no pior desempenho de um quadriênio de estagnação combinada com inflação elevada.

Dilma aparenta indicar a substituição de Guido Mantega e sua equipe na Fazenda, o que, imagina-se, pode elevar a credibilidade dos anúncios e previsões oficiais. Mais obscuro, no entanto, é o que poderia ser a tal “atualização das políticas”.

Não é Mantega quem dá as cartas na política econômica -é a economista Dilma, centralizadora de decisões.

O carimbo presidencial está em todas as estratégias executadas pela Fazenda e pelo Banco Central nos últimos anos: expansão acelerada dos gastos públicos com abandono das metas fiscais; redução das taxas de juros (depois revertida) com abandono da meta de inflação; estímulo ao consumo e ao investimento por meio do crédito oferecido pelos bancos públicos; represamento de tarifas para evitar o estouro da inflação, com perda para as estatais.

Se fracassou na tentativa de reanimar a economia e gerou inflação e desalento dos empresários, essa miscelânea intervencionista permitiu manter o desemprego em baixa e os programas assistenciais em alta.

E esse é o trunfo central da campanha de Dilma, que se gaba de enfrentar a crise internacional sem perda de empregos e “arrocho” dos salários.

A petista já deu provas de acreditar genuinamente no acerto de suas escolhas -diferentemente de seus antecessores, Lula e FHC, que mudaram equipes, políticas e orientações sem sinais de remorso.

O comprometimento de Dilma com as teses de seu primeiro mandato foi intensificado pela necessidade de se contrapor, na campanha, à agenda liberal abraçada pelos oponentes Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

Atacou, por exemplo, as propostas de conceder autonomia ao Banco Central e restabelecer as metas de inflação. Ou, em outras palavras, defendeu a tutela do BC pelo Planalto e a tolerância com a alta dos preços.

Ficou alguma dúvida? Faltou alguma informação?

Pergunte na área de comentários ou pelo Facebook.

Comentários

  1. Só promessas de campanha, mas para o caso dela é puro desespero. Por que ela não sinalizou tal mudança no início da campanha eleitoral?

    1. Por que não mudou na mudança.

      Esse não é o 1º mandato da “presidenta” – prova que a educação não e uma das prioridades não é presidentE.

      Já é o terceiro mandato do mesmo governo que fez coisas boas em beneficio próprio. e trabalha viciando a sociedade com esmolas e mentiras.

      Adeus PT! grato pela contribuição porem com vergonha da corrupção.

  2. Marina já tinha falado que a presidenta não mostra sinais de reconhecimento da situação atual, ela continua em negação da inflação, da recessão e do eminente aumento do desemprego, enfim da total deterioração economica do país. O pior que Dilma não irá mudar nada e vamos todos descobrir que será tarde demais e vamos ter de amargar 4 anos mais. Ela é ideologicamente um muro, nada fará ela alterar o que ela acha certo e o Brasil que expoda.

  3. Penso que a folha tá forçando a barra e torcendo politicamente contra o PT. Este órgão da imprensa abalizado e formador de opinião está comprometido com a oposição deixa de ser imparcial para ser torcedor político. O que o PT faz de certo sempre tem crítica desqualificando o certo, o que o PT faz de errado ou que não dá certo, são imensas as críticas. Será que tudo está errado? Onde eu resido muitas pessoas todos os dias vinham pedir alimentos e roupas velhas… e muitas pessoas procuravam no lixo o que comer. Graças as boas idéias hoje em dia raramente pessoas vem mendigar. Até os animaisquerem ter alimentação e abrigo, será que as pessoas não são dignas ter isto? Ficarão felizes quando essa massa humana pobre que habita nas periferias e invadirem as cidades a procura do que não tem e querendo tomar de nós o que eles não tem????Será que teremos polícia,exercito guardas para conter essa gente?? Ou será que tudo se resolve com tecnocracia…….

  4. Certamente trocará seis por meia dúzia e os desmandos e incompetência de gestão continuarão os mesmos. Por isso que a Bolsa de Valores continua em baixa.

  5. Eis a dura questão que vamos enfrentar nas urnas em breve, se contentar com um um crescimento em 1% e desemprego em baixa com os programas assistenciais em alta.

    Será mesmo que para a Receita dar certo devemos mudar de vez e partir para o lado Marina de ser… eis a nossa dura questão…

Comments are closed.