Alternativa ao ajuste do governo é o ajuste do mercado, a alta do dólar

Dinheiro Público & Cia

A alta do dólar nesta quarta-feira (4) mostra de forma didática a escassez de opções à disposição da economia do país.

Com a rejeição da medida provisória que promovia nova rodada de elevação da carga tributária, a moeda norte-americana disparou.

Como o movimento indica, a alternativa ao ajuste recessivo conduzido pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda) -menos gastos, mais impostos e juros- é o ajuste do mercado, que pode ser tão ou mais doloroso.

Governo e país estão gastando muito além de suas receitas. Sem uma freada nessa trajetória, os investidores domésticos e estrangeiros não mostram disposição de sustentar com empréstimos os rombos nas contas públicas e nas transações brasileiras com o exterior.

Haveria, portanto, mais demanda por dólar e menor oferta -ainda mais porque o Brasil ficaria mais perto de perder o certificado internacional de investimento seguro.

Seria intensificada a tendência de alta da moeda norte-americana. É impossível prever prazos e percentuais, mas até o necessário para encarecer importações, baratear exportações e reequilibrar a balança de comércio exterior e serviços.

Foi o que aconteceu em 2002, quando a fragilidade da economia e as incertezas provocadas pela eleição de Lula levaram o dólar a R$ 4.

Esse processo significa aumento da inflação combinado com encolhimento da produção e da renda, assim como o ajuste fiscal de Levy. Mais difícil é estimar a dose de sacrifícios em cada alternativa.

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