Dados do 1º tri mostram período de estagflação mais evidente em 12 anos
Embora o encolhimento da economia do país tenha sido menos agudo que o esperado, os resultados do primeiro trimestre apontam o período mais evidente de estagflação em 12 anos.
Trata-se da rara e temida combinação de atividade econômica estagnada ou queda, desemprego e inflação elevados ou em alta. Tudo isso aconteceu entre janeiro e março -e, tudo indica, continua acontecendo.
O desemprego está em tendência de alta pela primeira vez desde a recessão da virada de 2008 para 2009, no agravamento da crise internacional. Atingiu 7,9% no início do ano, contra 7,2% no período correspondente de 2014.
A inflação acumulada em apenas três meses atingiu 3,8%, de longe a taxa mais elevada desde a estagflação do início de 2003, quando os preços sofriam o efeito da disparada do dólar durante a eleição de Lula.
O PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda nacional) sofreu uma queda moderada, mas a taxa de 0,2% não dá a dimensão completa do impacto recessivo do pessimismo generalizado entre consumidores e empresários, somado ao arrocho promovido pelo governo Dilma Rousseff.
A demanda por bens e serviços despencou em todas as modalidades: consumo das famílias (-1,5%) , compras de máquinas e equipamentos para as empresas (-1,3%) e até o custeio da administração pública (-1,3%).
A queda da renda se manteve na indústria e se espalhou pelo setor de serviços, que responde por algo como 70% do PIB.
É verdade que os números da atividade econômica eram piores na recessão passada. Em 2009, porém, a retração do consumo e dos investimentos derrubou a inflação, como acontece normalmente -e o governo pôde reduzir juros e ampliar gastos para reanimar consumidores e empresários.
Agora, a inflação está em alta e as contas públicas estão depauperadas, heranças do primeiro mandato de Dilma. Mesmo com a economia no chão, é necessário cortar despesas e elevar os juros -como o Banco Central deverá fazer na próxima semana.
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