Com colapso do investimento, recessão será a mais longa do real; veja gráfico
Ainda em andamento, a recessão da economia brasileira caminha para ser a mais prolongada desde o lançamento do Plano Real, em 1994.
A produção e a renda do pais já encolheram por dois trimestres consecutivos, sem perspectiva visível de recuperação. Pelos critérios da Fundação Getulio Vargas, a recessão já completou cinco trimestres, porque a atividade econômica não retomou os patamares do início de 2014.
A medição de recessões não é ciência exata. Leva-se em consideração não apenas a retração da indústria, do comércio e dos serviços, mas também indicadores como o desemprego e a confiança dos consumidores.
A crise atual se distingue de suas antecessoras pela dimensão da queda dos investimentos -ou seja, dos gastos públicos e privados destinados a ampliar a capacidade produtiva do país.
São oito trimestres consecutivos de um declínio que se aproxima dos 18%. Não há nada parecido nas estatísticas disponíveis desde a década de 1990.
Até então, a maior sequência de queda dos investimentos havia sido a de cinco trimestres a partir da segunda metade de 1998, na virada do primeiro para o segundo mandato de FHC. Naquele período, o Real vivia um colapso e o país precisava do socorro do Fundo Monetário Internacional.
Na virada de 2008 para 2009, durante o auge da crise internacional, a queda foi quase tão aguda como a de agora, mas durou apenas dois trimestres, com forte recuperação depois.
A derrocada de agora é o sinal mais evidente de uma incerteza recorde em relação ao futuro da economia, na qual os temores com a inflação, os juros e a dívida pública ganharam a companhia da incerteza política.
Ficou alguma dúvida? Faltou alguma informação?
Pergunte na área de comentários ou pelo Facebook.