Governo prevê queda de 3,1% do PIB e rejeita corte adicional de despesas
O governo Dilma Rousseff trabalha com projeções mais pessimistas para o desempenho da economia neste ano, mas, a despeito dos impactos negativos sobre a arrecadação, rejeita promover novos cortes de gastos.
No relatório bimestral de receitas e despesas orçamentárias, divulgado nesta sexta-feira (20), estimam que o PIB (Produto Interno Bruto, medida da renda nacional) cairá 3,1% neste ano, em vez dos 2,4% calculados há dois meses.
A nova taxa corresponde ao ponto central das expectativas do mercado, segundo pesquisa do Banco Central. Trata-se do pior desempenho desde que o Plano Collor confiscou a maior parte dos depósitos bancários em 1990.
Como já havia antecipado em outubro, o governo considera que a recessão de dimensões inesperadas tornou inviável o cumprimento da meta inicial de poupar R$ 55,3 bilhões neste ano para o abatimento da dívida pública.
A meta, no entanto, continua fixada em lei -o Congresso ainda não aprovou o projeto que permite um deficit de até R$ 119,9 bilhões nas contas federais (os R$ 51,8 bilhões agora projetados pelo governo mais despesas pendentes de anos anteriores consideradas irregularidades pelo Tribunal de Contas da União).
A situação levou a equipe econômica a um impasse: por determinação legal, o Executivo tem de tomar até o final deste mês providências para o cumprimento da meta oficial.
Segundo o relatório, isso significaria promover um corte adicional de R$ 105,4 bilhões no Orçamento, considerado inviável. No início do ano, já houve um corte de R$ 70 bilhões.
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