Escalada da inflação começou a ser gestada em 2010; veja infográfico

Dinheiro Público & Cia

A inflação que saiu do controle em 2015 começou a ser gestada em 2010, no ano da primeira eleição da presidente Dilma Rousseff.

Veja no infográfico abaixo como evoluíram três grupos de preços que respondem por cerca de 75% do IPCA: a alimentação em casa, os monitorados (tarifas públicas e outros preços sob influência dos governos) e os serviços (restaurantes, consertos, cuidados pessoais, cursos, lazer).

Embora o estouro do ano passado tenha sido puxado por tarifas públicas e alimentos, é o setor de serviços que explica o início da aceleração dos preços e a resistência da inflação.

Os preços dos serviços começaram a ser impulsionados pelo aquecimento do mercado de trabalho e pelos reajustes salariais, em especial do salário mínimo.

Trata-se de um efeito da ascensão social que, até o início da década, beneficiou funcionários do comércio, garçons, eletricistas, mecânicos, manicures -além de bancários, psicólogos, médicos.

Esse impacto foi intensificado a partir de 2010, quando a economia do país cresceu 7,5% com a ajuda da expansão de gastos públicos típica de um ano eleitoral.

A administração petista evitou o quanto pôde combater essa inflação, o que significaria interromper a queda do desemprego.

Em vez disso, segurou o IPCA com intervenção nos preços monitorados: derrubou as tarifas de energia, evitou a alta da gasolina e pediu a prefeitos e governadores que atrasassem aumentos no transporte público.

Esse conjunto de políticas contribuiu para ampliar o buraco no Orçamento dos governos e no caixa das empresas estatais. Após as eleições, foi necessário promover um tarifaço.

Os alimentos também tiveram forte encarecimento neste ano devido ao clima desfavorável em algumas regiões e ao impacto da alta do dólar.

E os serviços, mesmo com o avanço do desemprego, mantiveram alta acima de 8% no ano -um sinal de que o mercado de trabalho ainda terá de piorar mais para levar a inflação de volta à meta de 4,5%.

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