Em expansão, gigantes estatais BB e Caixa empregam 40% dos bancários do país

Dinheiro Público & Cia

O governo federal é, de longe, o maior empregador nacional dos bancários, categoria que iniciou greve hoje.

Em expansão acelerada de operações, agências e quadro de pessoal nos últimos anos, os gigantes estatais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal contam, juntos, com cerca de 248 mil funcionários, segundo dados do Banco Central relativos ao final do ano passado. Trata-se de 40% dos 625 mil empregados em 99 bancos instalados no país.

 

Os bancos federais ganharam poder econômico _e influência política_ a partir do final do governo Lula, quando foram fundamentais na estratégia da política econômica de enfrentar a crise internacional por meio da ampliação do crédito doméstico.

De lá para cá, a participação dos bancos públicos no crédito total do país, que era de 36%, passou para pouco mais da metade, ou exatos 50,5%. As instituições federais também lideraram, no governo Dilma, a redução das taxas de juros para empresas e consumidores.

Seus funcionários têm um trunfo nas reivindicações salariais: BB e CEF estão entre as poucas estatais cujos lucros estão em alta _o que é um dado chave para a autoestima de um governo e um partido defensores da intervenção do poder público na economia.

A infografia acima mostra que a expansão do quadro de pessoal não está restrita às instituições estatais. Na disputa pelo posto de maior banco do país, Itaú e Bradesco promoveram uma escalada de suas estruturas desde a década passada, com a incorporação de outras instituições.

Na prática, o setor bancário nacional ficou mais concentrada nas quatro grandes instituições, o que torna mais difícil, por exemplo, uma queda dos juros impulsionada pela competição.

Comentários

    1. Alessandro,

      É verdade que o quadro do BB se expandiu com a incorporação da Nossa Caixa e do Besc. Essa informação está na postagem do último domingo.

  1. Os dados não estão corretos. A Caixa tem pouco mais de 90 mil empregados.

    1. Ramon,

      Os dados estão disponíveis no site do Banco Central. Pode haver critérios diferentes para a contagem de funcionários.

      1. O Tamon tem razão. A CAIXA em 12/2012 tinha pouco mais de 92.000 empregados e em 2002 não tinha nem 65.000. Números totalmente incorretos os informados na matéria acima.

        1. Roberto,

          São normais variações entre dados dependendo da metodologia utilizada. Para evitar comparações entre números apurados por critérios diferentes, os dados citados no texto e na infografia foram todos retirados da mesma fonte, o Banco Central.

        2. Roberto,

          Veja nota metodológica do Banco Central: “As informações sobre o número de funcionários (composto por efetivos, contratados, terceirizados, estagiários e outros) e das agências em funcionamento (quantidade de sede e agências ativas) referem-se exclusivamente às instituições bancárias (não incluindo as instituições não bancárias no caso de conglomerados) e são coletadas na forma definida pela Carta-Circular do BC nº 49, de 1.º de setembro de 1971, e Comunicado do BC nº 4.576, de 8 de maio de 1995.”

      2. Critérios diferentes? Como assim? Um funcionário é um funcionário, não pode ser nem meio nem dois. O dado do BB também está incorreto. São cerca de 115 mil funcionários.

        1. André,

          Há diferentes critérios de contagem de funcionários: contar ou não os de empresas subsidiárias, os cedidos a órgãos da administração pública, os licenciados etc.

        2. André,

          Essa nota metodológica do Banco Central deve responder à questão: “As informações sobre o número de funcionários (composto por efetivos, contratados, terceirizados, estagiários e outros) e das agências em funcionamento (quantidade de sede e agências ativas) referem-se exclusivamente às instituições bancárias (não incluindo as instituições não bancárias no caso de conglomerados) e são coletadas na forma definida pela Carta-Circular do BC nº 49, de 1.º de setembro de 1971, e Comunicado do BC nº 4.576, de 8 de maio de 1995”.

        1. Hector,

          Os dados disponíveis no Banco Central sobre o número de funcionários nos bancos também incluem, por exemplo, terceirizados e estagiários.

  2. Certa vez li um comentário de um economista, ganhador de prêmio Nobel que, para a economia dos países impulsionar e os juros baixarem deveraim ser criados bancos populares, menores, em maior número. A centralização dos bancos pelo governo torna a economia mais rígida e menos favorável ao crescimento do país.

  3. O que não entendo é fazerem propaganda de lucros astronômicos e depois falarem que não existem condições para aumento real dos salários. Aqui no Rio de Janeiro estão sendo abertas agências da CEF em comunidades carentes para atenderem aos programas de microcrédito e inclusão bancária, onde o trabalho é feito com um número mínimo de empregados e em condições precárias (como a própria comunidade). Na agência aberta no Complexo do Alemão não tem banheiro nem copa para os empregados…

  4. E pensar que havia um grande temor de que a tecnologia fosse eliminar uma quantidade colossal de postos de trabalho no setor financeiro. Na verdade, quem deixou de existir foi o antigo caixa, substituído pela internet e por caixas eletrônicos. As agências, por sua vez, tornaram-se unidades de negócios, nas quais é preciso ter muita gente para vender seguros, planos de previdência complementar, dar consultoria em investimentos, realizar empréstimos, etc. A tecnologia extinguiu apenas o trabalho “braçal” nas agências bancárias. O intelectual só cresce.

    1. Caro Ricardo….os caixas são os que fazem greve para os gerentes terem o aumento deles…Tem gente que é caixa de banco porque o “intelecto” dele avisa que é errado alimentar e educar os filhos tirando o dindin de quem tem pouco e acabou de ficar desempregado…

  5. Seria interessante somar os dados dos bancos públicos estaduais. No RS, por exemplo, o Banrisul tem mais de 10 mil funcionários.

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