Apenas 3 Estados elevam poupança para abatimento da dívida
Apenas três governos estaduais elevaram no ano passado a poupança destinada ao abatimento da dívida pública, num sinal do afrouxamento generalizado da política fiscal no país.
Conhecido como superavit primário, o saldo resultante da diferença entre as receitas e as despesas com pessoal, custeio e investimentos só aumentou no Paraná, no Rio Grande do Norte e em Sergipe.
Levantamento feito pela Folha mostrou que, em metade dos 26 Estados e no Distrito Federal, as receitas foram insuficientes para cobrir os gastos. Ou seja, os governos despouparam.
Os Estados superavitários estão listados no quadro abaixo (o levantamento não incluiu o Amapá, cujos dados não estavam disponíveis para consulta; veja também a correção ao final do texto).
Não há, porém, grandes diferenças de orientação entre os Estados superavitários e os deficitários. De uma maneira geral, os dois grupos promovem uma expansão de despesas incentivada pelo governo Dilma Rousseff.
Na tentativa de elevar as obras de infraestrutura e tirar a economia da estagnação, a União autorizou os governadores a elevarem suas dívidas para investir mais.
A economia não reagiu, mas os investimentos estaduais de fato cresceram nos últimos dois anos, saindo da casa dos R$ 36 bilhões para algo em torno dos R$ 55 bilhões anuais.
Por isso são tão poucos os casos de aumento do superavit primário. O mais importante deles, o do Paraná, está ligado não a um controle das despesas, mas a um forte crescimento das receitas em 2013.
Os gastos paranaenses aumentaram 6,6% acima da inflação, mas a arrecadação de impostos e outras fontes de recursos cresceu ainda mais, 12,5%.
Questionada pelo blog, a Secretaria da Fazenda do Paraná relatou que a receita cresceu em razão de uma série de ações de combate à sonegação e à inadimplência.
No caso do ICMS, principal imposto estadual, o Fisco paranaense criou novas regras para a tributação dos setores de telecomunicações e combustíveis, estratégicos para a arrecadação.
Do ponto de vista de um governador, uma queda do saldo fiscal ou mesmo um deficit temporário não é necessariamente ruim -os investimentos realizados podem gerar ganhos econômicos e sociais no futuro.
A piora generalizada das contas estaduais, no entanto, criou um obstáculo para a política econômica de Dilma, cujos resultados hoje são questionados por investidores domésticos e estrangeiros.
O governo pretende apresentar nos próximos dias uma meta de superavit capaz de sinalizar maior austeridade daqui para a frente, mas será difícil contar com alguma ajuda dos Estados, ainda mais em ano de eleições.
Correção – No quadro acima, os superavits estão calculados em percentual do PIB estadual, não municipal.
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Vejo com muita preocupação o afrouxamento nos elementos fundamentais da Lei de Responsabilidade Fiscal, entre eles o superavit primário. Trabalhei muitos anos na fiscalização das contas de governo e enquanto se seguia a LRF fui testemunha da sua importância para esse controle. Sem ela as coisas só tendem a piorar.
Ninguém mais de sã consciência acredita nos governantes, tudo é feito apesar da pseudo transparência para gerar o caos financeiro, pois, assim fica fácil e até desculpável, não haver dinheiro para as necessidades básicas do povo como educação, saúde e segurança, enquanto os componentes do quadro de governistas ficam livres para dispor de recursos financeiros a seu bel prazer.
Não entendi os numeros do Paraná, pois o governo do estado está quebrado e não tem nem dinheiro para que a policia coloque gasolina em seus carros. Um monte de fornecedores estão há tempo sem receber.
É complicado falar bem como falar mau de um governo diante de um cenário economico tão adverso. Todos países estão numa busca frenética para roubar mercado do outro então o clima econômico ficará mais competitivo e só sobreviverá os mais aptos.
No caso do Paraná, fica mais fácil porque as exportações continuam firme e com dólar alto exportar comódites fica mais fácil, porque demanda de alimentos aumentam continuamente e se o dólar continuar nas nuvens a tendência é melhorar.
Problema maior pro pais é a corrupção, a Onu divulgou que representou 200 bilhões no Brasil em 2013!! isso sim é uma vergonha.
Comparando nosso superávit primário brasileiro de 75 bilhões a corrupção é 3 vezes maior!! foram 200 bilhões jogados no ralo dos corruptos!!!