Greves duram 248% mais no serviço público que na iniciativa privada

Dinheiro Público & Cia

O número de greves tem crescido nos últimos anos tanto no setor privado como no setor público, mostram dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Os dados deixam claro, porém, que há uma diferença essencial das greves em um setor e outro: no caso de servidores públicos, as paralisações chegaram a uma média de quase 160 horas paradas no ano passado, contra 46 na iniciativa privada.

“A ausência de regulamentação da negociação coletiva de trabalho no funcionalismo público continua a ser um fator importante para explicar a discrepância entre a duração das greves nas esferas pública e privada”, diz documento do Dieese.

Por esse raciocínio, no serviço público, em razão da inexistência de datas-base definidas, as paralisações acabam funcionando como um meio para forçar a abertura das negociações salariais.

Não é difícil imaginar também que a estabilidade no emprego facilita ficar parado por mais tempo.

O número de greves no serviço público federal, estadual e municipal, incluindo as estatais, saltou de 251, em 2009, para 409 no ano passado. O número de horas paradas cresceu ainda mais rapidamente, de 25,3 mil para 65,4 mil.

No setor privado, as greves chegaram a 461 no ano passado, mas as horas paradas não passaram de 21,2 mil, sempre segundo o Dieese.

Na virada do governo Lula para o governo Dilma, a freada da economia do país reduziu o ritmo dos reajustes salariais. Esse impacto foi mais intenso no serviço público, como o blog mostrou ontem.

Neste Dia do Servidor Público, leia também: Proporção de servidores na população ocupada é recorde

Comentários

  1. Tá, grande novidade. Quer o que o colunista? Acabar com a estabilidade? É a velha história de sempre, vamos jogar a culpa no funcionalismo, isso sempre funciona. O fato do governo pagar 750 bilhões de juros da dívida não tem importância, vamos arranjar um bode expiatório… Em primeiro lugar a estabilidade evita entre outras coisas que o governo de plantão faça pressão sobre o funcionalismo, ameaçando de demissão, caso, por exemplo, não trabalhem pela sua eleição. Outra coisa, no setor privado os empresários quando começam a sentir no bolso resolvem negociar, mas o governo, joga o desgaste para a população e a culpa no funcionalismo.

  2. Texto infeliz e extremamente neoliberal. A ótica poderia ser analisada de outras formas.

    1) Por qual motivo o setor privado fica menos tempo em greve? Por pressão psicológica do patrão, por medo de perder o emprego e o sustento da sua família.

    2) Por qual motivo as greves duram tanto tempo e são tão recorrentes? Pois os empregadores nunca querem repartir os astronômicos lucros que recebem, enquanto os empregados veem suas remunerações serem corroídas anualmente pela inflação.

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